Uma menina de 8 anos voltava da escola quando foi
abordada por dois homens. Seis dias depois, foi encontrada morta com sinais de
espancamento, dilaceração, estupro e dopagem. A mantiveram em cárcere privado
por dois dias no porão e no terraço de um bar. Sob efeito de drogas,
dilaceraram a dentadas os seios, parte da barriga e a vagina da menina. Depois,
jogaram ácido corrosivo para dificultar a identificação de seu corpo e jogaram
seus restos mortais em terreno próximo a um hospital infantil. Ambos eram
pessoas pertencentes a duas famílias influentes do Espírito Santo, o que fez
com que a polícia local fosse omissa na investigação e políticos fossem
envolvidos em uma rede de acobertamento. Um sargento que investigava o crime
chegou a ser morto durante a investigação.
A história poderia se passar em qualquer época. Mas
aconteceu em 1973.
Ontem foi Dia Nacional de Combate ao Abuso e a Exploração
Sexual de Crianças e Adolescentes. A data foi escolhida em memória a Araceli
Cabrera Sanches, que em 18 de maio 1973 foi drogada, espancada, estuprada e
morta por Paulo Constanteen Helal e Dante Michelini. Lola Cabrera Sanches, mãe de
Araceli, também estava envolvida no crime. Os monstros foram condenados a 18 anos
de reclusão, mas foram libertados e seguem entre nós até hoje, impunimente
caminhando entre você, seus filhos, nossas crianças.
O dia que marca a morte de Araceli foi ontem. Mas hoje
muitas crianças ainda seguem reféns, sob esse manto da impunidade e do
acobertamento familiar. Hoje muitas crianças podem não sofrer o que Araceli
sofreu, mas são igualmente violentadas e abusadas, molestadas e caladas por uma
sociedade que ainda insiste em se manter presa aos olhos de 1973.
Seus corpos não são dilacerados como o de Araceli, mas são
abocanhadas em suas dignidades e inocências cada vez que monstros que estão ao
seu lado agem e você não desconfia por ele ser o amigo da família.
Não são dopadas como Araceli foi, mas sofrem com um
inebriante estado de ameaça emocional por vizinhos e avós e tios e padrastos que
as colocam no colo, sob pretexto de um inocente carinho, e molestam asquerosamente
enquanto ordenam para ficarem quietas ou sofrerão as consequências, já que “ninguém
vai acreditar em você”.
Não são encarceradas como Araceli foi, mas se fecham num enclausuramento
emocional que perdurará toda vida, refletindo em todas suas escolhas e posturas,
afetando todas as relações interpessoais e amorosas e sexuais, uma vez que os
monstros insistem em voltar na penumbra dos corredores de seus pensamentos.
Não são corroídas em sua carne como Araceli foi, mas toda
sua alma será desmanchada em lágrimas e revolta e culpa e autojulgamento, mesmo
que não tenha tido responsabilidade alguma sobre o que aconteceu. Mas ainda
assim irão corroer a revolta em seus corações, se rebelarão contra a própria
essência, na tentativa de matar a memória daquela que tanto sofreu; na tentativa
de não sentir mais o tenebroso asco do toque malicioso e catártico.
Não, você não molestou ninguém. Não, você não tocou em
ninguém. Mas sim: você pode ter sido culpado disso quando fechou os olhos para uma
criança que precisava apenas que olhasse para ela; que apenas precisava que
desconfiasse do vizinho, do primo, do tio, do pai, do namorado; que apenas
deixasse essa eterna mania de achar que é sempre com os outros que acontecem
tais atrocidades.
Mas isso não acontece assim, né? Será?
“Aos 6 anos, fui vítima de abuso sexual. O pedófilo era um vizinho de idade avançada, avô de um amiguinho de infância”
“Comecei a me prostituir aos 7 anos, vendida por uma tia. Tive
minha infância roubada por quem deveria me proteger.”
“Descobri o sexo através de uma das empregadas. Ela tinha um
relacionamento perturbado com o porteiro e o cara fez a cabeça dela pra me
envolver nos jogos sexuais dos dois”
“Então descobri que ela foi abusada pelo próprio pai dos 6 aos 11
anos. De uns meses pra cá, ela já não quer mais fazer sexo”
“Acordei sentindo algo subindo no meu corpo. Quando abri os olhos,
era meu cunhado passando a mão em todo meu corpo”
“Fui abusada quando tinha cerca de 5 anos pelo meu vizinho. Ele tirava
a minha roupa, passava a mão em mim...”
"Quando eu tinha 13 anos, fui estuprada pelo meu irmão mais
velho..."
É... e ainda assim você acha um absurdo desconfiar.
*Esse post faz parte da Blogagem Coletiva #naofecheosolhos organizada pelo Instituto Abihpec para o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes
5 comentários:
Atualmente eu tenho 13 anos mas quando o abuso aconteceu eu devia ter uns 6 ou 7 anos e o meu irmão tinha 16, por ai. Eu pra ser sincera me lembro de poucos momentos, não lembro se era todo dia que acontecia, ou de acontece cinco vezes, mas eu me sinto como se eu fosse culpada porque parecia que gostava daquilo, sabe? Pra mim ,talvez, parecia cócegas e sei lá, eu beijava ele e parecia uma atriz pornô. Me sinto muito mal por isso, que sempre foi minha culpa para isso acontecer. Tenho medo de contar pros meus pais e eles mandarem ele embora daqui e meu irmão ficar com raiva de mim, porque depois daquilo ele se tornou uma pessoa boa, eu acho. Nunca aconteceu depois que eu cresci e ele não pode se sustentar fora de casa (tem 22 anos e não trabalha). Sabe, isso destruiria a família e eu já pensei em mandar esse assunto pra minha irmã mais velha, que ela sempre foi muito perto de mim, mas ainda assim tenho medo de contar pra outra pessoa, eu nunca contei isso pra ninguém, sabe, não sei mais o que fazer. Eu me afundo com isso, porque eu fico muito calada. Tipo às vezes eu não consigo acreditar nisso e eu penso: "Será que foi só imaginação da minha cabeça, imaginava sonhar transando com meu irmão?". Seria muito estranho mas eu vejo o homem que ele é hoje e não acredito. Eu acho que ele mudou muito. Depois fico pensando: "Será que agora é a hora certa pra falar? Será que eu devo falar?". Mas eu sei também que é muito ruim ficar guardando isso para mim. E outra, como eu disse, às vezes eu tenho certeza de que isso aconteceu e aí eu fico imaginando: "Será que aconteceu mesmo isso?". Não porque ele mudou mas sim porque eu fico imaginando mesmo se eu sonhei com aquilo até porque eu aprendi muito cedo o que era sexo.
Eu contei tudo o que me acontecia e isso destruiu e ajudou por um lado todos Dizem que sou sobrevivente mas eu não ligo pois preferia ter morrido do que ter tantos problemas como depressão entre outros. Não vou contar por que não sinto mais a nesse cidade pois tive que contar pra tantas pessoas o que me ocorreu hj não superei tudo mais estou levando a vida casei cedo logo depôs que sai de casa . Só tenho uma coisa a dizer a todas nois e mim mesma -os outros,os psicologos e especialistas em nossos casos são só um complemento so quem pode nos ajuda realmente somos nois mesma,pois se não fosse minha vontade de mudar e querer algo melhor eu nunca teria conseguido. E o posso dizer a vcs .. Que enfrentem tudo . Só digo que sim!! As vezes vão se arrepender de ter deixado irmãos e familiares pra traz , sim !! Nem si mãe pode acreditar em vc, e isso vai doe mais ainda '-!Não!! Não da pra chegar na casa do agressão e tortura ele isso vai fazer com que vc se iguale a ele, Sim!! Sempre vai ter alguém que te ajude contanto que vc aceite !Sim- seus familiares vão sempre negar ou desmentir vc pois não eram eles que ficavam sozinhos e não eram eles que passavam por aquilo pois estavam ocupados de mais trabalhando para sustenta ou melhorar nossas vida. E quando vc contar o que houve não ter am como lembrar pois ao trabalhavam .. !Sim !! VAI SE SENTIR CULPADA POR UM ANO OU MAIS ATÉ ENTENDER QUE É SUA VIDA.Sim ! Quando ver sua mãe acabada e atacada com tudo vai se sentir muito mal . Mais entenda ela não passou pelo que vc passou e não terá que encarar a vida com tantos defeitos que vc encontrará em si mesmo . Isso é só 10% pelo que vão passar... apaguem se a Deus e procurem vcs mesmo métodos maneiras de mudar sua vida pois sem Nois mesmo não quisermos ninguém conseguirá nos ajuda... bjs... ps.. uma sobrevivente
E difícil quando e alguém fa família. Tente conversa com tua irma ja que moram juntos. Digo como se sente diga o que ele fez a vc é diga que vc PRECISA de ajuda pois isto afetou sua vida
Quando eu fiz uns 8/9 anos eu n queria mais dormir ao lado deles pq durante a noite meu pai ficava se esfregando em mim querendo pegar nas minhas partes intimas e como minha mãe é enfermeira tem dias q ela está de plantão e eu dormia c ele. Depois q passei a sentir isso comecei a exigir uma cama só p mim mesmo q fosse no msm quarto já q eu tinha/as vezes tenho medo de dormir sozinha em 1 quarto. Então eles fizeram isso compraram um beliche c 3 camas p mim e meus 2 irmãos dormirem então eu n sentia medo e dormia tranquilamente isso até meus 13/14 quando meus 2 irmãos se casaram e começaram a morar c as namoradas na minha casa então eu fiquei sozinha no quarto e meus pais levaram a cama deles p lá. Eu n sentia mais medo de dormir sozinha apesar do meu pai ficar tentando me fazer ter medo p ir dormir c eles eu me segurava e n ia. Passei a ser bem fria com meu pai principalmente depois q ele começou a dar em cima de uma amg minha de 12 anos na época ele mandava mensagens no face p ela dizendo q ele amava ela e daria tudo pra viver aql amor, um absurdo uma coisa nojenta e então essa amg minha parou de vir me ver e a família dela descobriu td , essa família dela é toda desestruturada e eu suspeito q ess minha amg era psicopata, mas a cima de td ela era uma criança e ele n deveria ter feito isso. Entao após a familia dela descobrir essas mensagens do meu pai p ela colocaram ele na justiça, mas n deu em nada pq ele n tentou nada físico c ela. Depois dessa fase eu tinha completo nojo do meu pai n conseguia e n consigo ter um carinho de filha c ele e imagino o q ele poderia ter feito cmg qnd criança se eu n tivesse tomado cuidados e n tivesse me aproximado mais da minha mãe. Minha mae n se separou dele depois desse ocorrido ela n aceitou fácil mas meu pai conseguiu levar todo mundo na conversa aq em casa menos eu q já tinha uma noção dessa índole perversa dele. Entao agr eu estou c 16 anos de idade e fui ver um filme de terror no cinema c meus amgs e esses dias fiquei sem conseguir dormir sozinha então fui p cama dos meus pais, só q no dia q minha mae estava de plantão ficou só eu e meu pai e então ele tava na ponta lá em baixo e eu no canto do outro lado durante a noite ele foi se aproximando aos poucos e qnd eu acordei ele tava pegando nas minhas pernas e tentando pegar no meus peitos, só q assim q despertei do sono e abri o olho ele fingiu q tava dormindo e então eu pensei q tinha sido um pesadelo ou algo assim ai fiquei tentando dormir ai fiquei de olhos fechados e então uns minutos depois senti de novo as mãos ai acordei levantei e fui no banheiro fazer xixi e qnd voltei fui p minha cama ai qnd foi mais tarde e acordei ele havia ido p minha cama e eu tava em sono profundo qnd senti ele passando os pés em mim, ali n consegui mais dormir fiquei acordada assustada ate minha mae chegar qnd ela chegou n tive coragem de falar nada p ela e ate hj meses depois n falei p ela nem p ngm dessas situações e meu pai fica se queixando p ela q eu n dou carinho a ele q eu sou mt fria n Abraço n bj ele mas é por causa disso tenho medo do q ele pode qr fazer cmg, mas n tenho coragem de falar p minha mãe isso é um grito de socorro pq eu n aguento mais essa situação eu n consigo amar meu pai e minha mae é uma mulher maravilhosa e ele é mt minha amg mas n tenho coragem de falar p ele pq acho q ela vai fazer cm na situação da minha amg e ele vai conseguir contornar td mas o q eu mais queria era q ele saisse dessa casa ou q eu saisse logo fosse p faculdade arrumar um trabalho, pq eu n aguento mais ele me batendo e ameaçando bater na minha mãe em momentos de raiva qnd ele reclama q eu n gosto dele e q eu n merece ganhar nada roupas, sapatos, maquiagem e ele realmente n paga ai eu penso eu sou uma filha má? Ou ele quem é mal? Minha mãe faria o q nessa situação? Isso acabaria com minha ffamília? Me ajuda pfv alguém q passe por algo pareceido
SOCORRO!
Oi. Tenho 14 anos. Quando tinha 6 fui abusada por um senhor amigo da minha avó. A poucos dias atrás, não me lembrava de detalhes etc. . Eu tinha de 5 pra 6 anos, um amigo da minha vó, da mesma religião que eu, me levava atrás de uma quadra e passava a mão em mim. Eu sabia que ele fazia mais coisas, mas não lembrava direito, oque ele fazia. Minha psicologa, aos 7 anos, disse que eu gurdava um trauma muito grande, que me fazia esquecer rápido das coisas, e que eu não me lembrava disso. Um dia contei para os meus pais que ele passava a mão em mim. Mas só contei isso. Depois disso aos meus 13 anos, namorei um garoto, por eu ser testemunha de Jeová, meus pais descobriram e me castigaram, disseram que não confiavam mais em mim (não cheguei a ter relações com ninguém). A umas 5 semanas, tive sonhos, e esses sonhos me lembraram oque de fato acontecia. Eu me lembrei que, em algumas vezes, ele me levava atrás da quadra, colocava um plastiquinho que brilhava, na ponta de uma garrafa, e enfiava dentro de mim, eu tentava gritar mas ele tampava minha boca. Sangrei diversas vezes. Ele colocava outros objetos, como cabos de vassoura, madeiras e etc.. Sempre vou ao ginecologista, mas ele não chegou a me examinar do modo tradicional, só conversava. Mas, como ja estou prestes aos meus 15 anos, tenho medo de ele fazer exame de toque ou algo que veja que não sou virgem. Porque, meus pais querem muito que eu case virgem, e graças a esse maldito, não poderei. Eles não me dão valor algum, me agridem muito, e me humilham muito. Jogam esse meu namoro antigo na minha cara, dizendo que não valo nada ( apesar de só ter beijado o garoto). Eu tenho medo que eles pensem que perdi minha virgindade com meu ex-namorado. Me ajude por favor, como conto pra eles.. Como começo a falar. Por favor me ajude, já pensei em me suicidar muitas vezes. Cheguei a tomar muitos remédios etc.. Ando muito triste e sou deprimida desde os 6 anos sem ser tratada ou medicada. Meus pais encaram como um jeito de chamar atenção. Socorro por favor😢
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