Querido Ogro.
Eu sei que você tem questões muito mais urgentes do que a minha, portanto tentarei ser breve na minha história. No início desse ano, depois de um termino de namoro muito estraçalhador, resolvi mudar fisicamente e psicologicamente. Fui diagnosticada com depressão, comecei a tratá-la com remédios, iniciei uma dieta por contra própria e fazer exercícios. Nessa brincadeira perdi 13kg em 3 meses e ganhei uma auto-estima arrebatadora. Parecia que tinha me tornado outra, pois estava muito atraente e confiante.
Conheci um homem lindo numa festa e começamos a sair. Estava muito feliz, até o dia em que ele insinuou que queria me levar ao motel. Na época eu ainda era uma menina 'pudica', que não acreditava no sexo casual. Aconteceu que briguei com esse rapaz e não nos falamos mais. Por raiva de ter perdido um ótimo partido, resolvi aceitar o sexo casual pra minha vida. Sendo que isso desencadeou uma vida libertina, regada a TODOS os homens que eu quisesse ter, individualmente e grupalmente.
Essa época desenvolveu-se mim um tipo de 'ninfomania'. Depois de tanta festa e putaria, me senti vazia, à procura de um namorado bem legal pra mim. Depois de um tempo encontrei um rapaz fofo, e não esperei mais de 3 dias para pedi-lo em namoro. Porém, a minha 'ninfomania' não havia desaparecido, e demorou até que o meu corpo e a minha mente se acostumassem com um só homem, de sexo suave e seguro. Até os primeiros meses ele não acompanhava o meu ritmo e fui criando certas dúvidas quanto à esse namoro, mas que por agora digamos que foram superadas.
Porém, o pior aconteceu: parei de tomar meu remédio e engordei o que eu havia emagrecido e ainda mais um pouco. Meu desempenho no âmbito geral de vida diminuiu. A minha sede por sexo foi controlada, mas ainda sim maior do que sempre foi. Por esse motivo, têm sido um tarefa um tanto árdua permanecer fiel, pois eu não posso ver um cara interessante na rua que eu já o fito dos pés a cabeça. E já foi bem pior, a ponto de me molhar ao ver um cara bonito na rua.
Enfim, nessas últimas semanas conheci um rapaz bonitinho na minha turma da faculdade que com o passar do tempo, da convivência e dos trabalhos, começou a dar em cima de mim em peso. A princípio achava que não passava de brincadeira, pois minha auto-estima está baixíssima, apesar de ainda me achar um tanto bonita e atraente. O que acontece que ontem, depois da aula, quando fomos tomar umas cervas na casa de um amigo, entre brincadeiras e outras, estávamos sentados conversando e ele literalmente me atacou de uma forma um pouco bruta, e como eu já estava mais solta por causa da bebiba, o correspondi. E ficamos de tal forma que ele queria dormir comigo lá mesmo.
Meu tesão e minha safadeza quando bebo e quando me sinto auto-confiante fica tão grande, que me segurei para também não convidar o dono da casa, que é casado, para ficar comigo. Eu amo o meu namorado e estou me sentindo muito mal com essa situação, apesar disso me trazer um certo prazer.
O que eu quero dizer com esse testamento é, o que faço com essa 'ninfomania'? O que faço agora com o meu namorado? Conto o que houve? Por que não posso ser uma mulher normal, com um tesão normal?
Eu já sofri muito por causa disso, mas ainda assim tenho resquícios de toda essa ânsia dentro de mim. Pra você ter uma ideia, acredito que meu cunhado já tenha dado um certa bola pra mim e já sonhei que ficava com ele, o que seria absurdo! Eu quero voltar a ter uma libido normal e ser fiel. Não aguento pensar no fato que sou guiada mais pelo meu sexo do que pelo meu caráter. Está sendo muito difícil ficar recusando convites de ficantes passados e novos pretendentes. Fico muito tentada.
Bom, não sei mais o que dizer. Acredito que seja só isso. Saiu mais como um desabafo do que como uma dúvida. Espero que tenha sido bem clara e que possa me ajudar a alivar essa tensão que vivo na minha vida.
Um beijo grande e sucesso sempre.
Minha cara tarada,
Que fogo nessa buceta, hein, mulher? Isso é a alegria dos solteiros mas a perdição dos apaixonados... apaixonados por você, óbvio, não pela sua buceta.
Você compensou suas frustrações e carências no sexo. E da forma mais arrojada e despudorada possível, para que assim não fosse tomada por algo devastador como foi o fim do namoro que culminou nessa postura. Notou como foi só engordar de novo que sua libido ficou mais amena? Porque se sente feia, se sente não-desejada e, consequentemente, para de se estimular internamente. Foi só você emagrecer que foi compensar com todos. Individualmente e grupalmente (coçou a mão para pedir detalhes desse “grupalmente”, mas enfim...).
Alie a isso uma depressão recém-tratada, onde tudo na vida tem um gosto diferente depois e a vontade de compensar o tempo perdido fica aflorada. Como estava puta com o fim do namoro e com a vacilada na negativa ao sexo casual do homem lindo, foi tentar ser puta pra valer pra ver se deixava de ser burra. Aposto que usou essas exatas palavras: “vou deixar de ser burra pra aprender a curtir a vida e gozar enquanto é tempo”. Ou coisa parecida...
Você se jogou nessa devassa achando que a putaria toda iria compensar a perda da relação que para você era um porto, mesmo que à deriva. Ficou perdida e tentou se encontrar se perdendo. Porque já estava perdida, apenas não viu o caminho se perdendo ao longo dos meses. Estava atrelada a uma mentira certa que se tornou uma verdade falida.
É normal algumas mulheres – e homens – terem uma fase de tesão extremo, que trepariam até com poste só porque ele piscou pra você. Mesmo numa relação estável, a libido fica lá em cima e não há pau que dê cabo dessa porra toda. É natural, é saudável... desde que não desencadeie esses conflitos emocionais que tanto fodem sem foder (mesmo fodendo tanto). Olhar um cara bonito e se excitar é normal. Não se ache uma aberração por conta disso. Sua vizinha toda pudica faz o mesmo, sua mãe também, sua amiga, sua avó, sua sobrinha, sua...
Mas o fato de sentir esse tesão não quer dizer que precise fazer algo com ele. Pode fantasiar com o próprio namorado, oras. Ou se masturbar no banheiro do trabalho, da faculdade. Ou mesmo no trânsito, porra! Por que é difícil se manter fiel apenas porque sentiu atração por outro? Seja menos extremista, né!
Bom, aí chega o namoro novo. Em três dias, o pediu em namoro. Viu como compensa a frustração e carência? Seja em muitos homens ou em um só: vai com toda sede ao pote pra saciar a sede que não sabe do que é, apenas a sente. Compensa o vazio interno tentando se preencher de outros ou de um só. O princípio é o mesmo: sente sede e sai bebendo qualquer fonte só pra ver se isso vai saciá-la.
Não sacia. Vê como logo depois ficou em dúvidas sobre ele e a relação? Se tivesse esperado um pouco mais, veria que talvez ele fosse apenas fofo, mas não o suficiente pra ser um namorado de papel passado.
Voltam as dúvidas, volta a insegurança, volta a sede... e lá corre ela procurar outra fonte. Ou outras! Surge outro cara investindo, ela corre beber pra matar a sede – alegando baixa auto-estima – e o que volta com isso? A pseudo-saciedade. E depois, o que volta? A duvida, a incerteza... a sede!
É entrar na piscina e ainda pedir um chuveirinho.
Vê como é um processo cíclico?
A primeira coisa que precisa fazer é aceitar que essa condição é uma fase e não uma disfunção física ou mental. É mais fundo emocional do que você imagina. Na hora irracional do tesão, tente se perguntar o porque está daquele jeito. Do que exatamente sente falta e porque se sente tão impulsionada a ceder aos impulsos. Seja menos visceral pois já comprovou que depois se sente mal e a meia hora de putaria se transforma em semanas de arrependimento e agonia e auto-flagelação.
Talvez esse cara que esteja hoje seja apenas uma muleta emocional como todos os outros foram. E quando se vê sem elas, você sai mancando por aí, esperando que alguém a coloque de quatro para que não precise, naquele momento, caminhar sozinha.
Tente repassar o momento em que estava quando sua vida foi modificada por esse término de namoro que causou toda essa porralouquice. O momento em que estava e onde a relação estava seguindo na sua concepção. E como isso te afetou a ponto de se desfigurar tanto!
Se toda essa libertinagem te fizesse bem, eu nem falaria metade disso. Porque não é um comportamento recriminável se te faz bem e não causa mal a ninguém. Mas não é bom pra você... Pode ser para eles, que estão atrás de uma buceta fácil. Mas você precisa do colo, dos olhos, da voz, do ombro, do coração. Somente um pau está sendo pouco pra você.
Por que não tenta canalizar esse fogo todo com o namorado? O que ele não tem que todos os outros têm? Ou será que todos eles não têm algo em comum? Pode até ser uma buceta, vai saber... Já experimentou? Pode ser uma boa, viu?
O problema não está nos outros nem em você: o problema é que não sabe pra onde canalizar tudo isso que sente. Ao mesmo tempo que sente tudo, sente nada. E isso é foda, confunde a cabeça, o pau, a buceta, o coração e a puta que nos pariu, inclusive...
Descubra a fonte de sua sede e sua sede encontrará uma fonte.
3 comentários:
Às vezes temos uma dor, um sintoma e vamos ao médico e ele só nos trata o sintoma sem investigar a causa.
Vc consegue identificar o sintoma e sai à procura desse remédio, pq ele aplaca o que está sentindo no momento. Passado o efeito, a CAUSA começa a produzir novamente os sintomas.
Talvez a resposta esteja dentro de você mesma e a chave pra voltar a sentir tesão normal como vc mesma qualifica, esteja em olhar pra dentro de si mesma e encontrar um meio termo entre essas duas situações que viveu.
Mas quem disse que é fácil, não é? Espero que consiga... beijos.
"Talvez esse cara que esteja hoje seja apenas uma muleta emocional como todos os outros foram. E quando se vê sem elas, você sai mancando por aí, esperando que alguém a coloque de quatro para que não precise, naquele momento, caminhar sozinha."
Essa foi a tirada mais foda que o Felipe falou quando te respondeu, é bem por aí mesmo, vc meio que procura no tesão, no sexo, no prazer, algo que está faltando dentro de si.
Cai aqui de paraquedas.. Como entro em contato com o tal ogro? To perdida
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