Querido Ogro
Por diversas vezes procuro relatos de pessoas que sofreram abusos ou foram estupradas para que eu possa pelo menos tentar me encaixar nesta porcaria de sociedade. E hoje encontrei seu blog por acaso. Quando você disse para uma garota que dá um alerta às mães sobre o perigo (do abuso infantil) estar dentro de casa, eu compreendo e digo-lhe que vivi isso intensamente.
Decidi, após ler casos semelhantes aos meus, contar-lhe minha vida. Digo “casos” porque eu sou uma filha da puta azarada de plantão! Mas ainda sim, não pareço ser, porém viver de aparências causa em mim dores emocionais e físicas, que em mesmo com terapia (há cinco anos), elas não se vão.
Quando eu era crianças (por volta dos 4-5 anos) vivia com babás, uma delas me levava até a casa dela e tinha relação com o namorado na minha frente. Mesmo com tenra idade ainda consigo me lembrar da colcha amarela da cama nojenta daquela desgraçada, que como se não bastasse me fazer presenciar isso, ainda e me batia. Lembro-me também que eu esperneava e chorava muito quando ela dizia que ia me levar à casa dela, mas minha mãe, que sempre pareceu querer se ver livre de mim, permitia, por mais que eu lhe implorasse e hoje ainda me pergunto, será que nada passava pela mente de minha mãe?
Mesmo passando por esse tipo de experiência, cresci com desavenças infernais com minha mãe, mas mesmo assim, cresci uma garota normal, batia em uns meninos ali, brincava com outros, mas sempre boa aluna no colégio, até demais.
Aos 11 para os 12, meu avô, que era maravilhoso comigo, adoeceu, teve câncer e eu sempre ia lá e dormia na casa dele e da mulher, até pra cuidar de minha tiazinha que tinha 1 ano na época, a família estava toda preocupada, pois não havia mais solução para sua doença.
Numa dessas noites um de meus tios chegou com seu carro e antes dele entrar eu já entrei no carro dele achando que ele me levaria para minha casa ele me colocou no seu colo e começou a me tocar nos seios, eu tentei me esquivar, mas ele continuou, até que meu outros tios, que eram crianças, filhos do 2º casamento de meu avô, também entraram no carro. Para mim foi um dia de muita tristeza, matei todo o amor que tinha por ele. Cheguei em casa, contei para minha mãe e ela me disse que não era nada, que ela apenas tinha tocado no meu "peitinho" , aquilo me deixou mais arrasada, pois ela supostamente deveria me proteger e não acreditou em mim.
Uns meses depois fui ao sítio de meus vizinhos, foi minha mãe o casal e o filho mais novo. Eu estava empolgada com a ida, pois apesar de morar em uma cidade do interior o contato com animais do campo(exceto o meu tio rsrs) era incomum. Fui então conhecer o galinheiro, junto com o menino e com o marido de minha vizinha, o lugar era no fundo do sítio e como todo sítio, era longe de qualquer propriedade, lá o homem que tinha idade para ser meu pai,tocou e acariciou meus seios, nádegas e minha coxas, eu dessa vez não tentei me esquivar, fiquei imóvel , mas o cara não podia fazer muito mais porque seu filho de 7 anos estava conosco, então ele sugeriu que fôssemos todos ver uma tal árvore antiga do bairro que eu recusei e tenho certeza que foi a melhor decisão de minha vida. Novamente contei para minha mãe que zombou de mim, lembro-me de ficar deitada atônita no sofá naquela noite me perguntando o porquê daquilo acontecer 2 vezes seguidas comigo.
Cresci vivendo relacionamentos atormentados e nunca acreditando que o amor aconteceria para mim, nunca acreditei no amor e confesso que ainda não acredito que ele exista para mim, pois ainda hoje penso que os homens apenas se aproximam de mim para sexo. Em 2005 minha mãe faleceu, perdi um namorado, meu emprego e quase perdi meu pai por infarto, tive depressão em 2006 e procurei ajuda de uma psicóloga que frequento até hoje.
Em 2007 quando me formei na faculdade, resolvi me dar um prêmio, viajei sozinha para algumas cidades e depois fui para a casa de uns parentes na praia. Nesse ano eu tinha um contato na net com um moço lindo, que também morava lá, mas era de Curitiba, ele era alto, forte, olhos azuis, loiro e eu nunca fui um símbolo de beleza e o fato dele ter se interessado por mim, me encantou. Cheguei na praia no final de 2007, ele me ligava todo dia super amoroso e queria sair comigo a todo custo, achei legal, mas só saí com ele dois dias depois. Eu ainda era muito inocente, tinha tido poucos relacionamentos sérios, eu tinha 25 anos e tinha perdido a virgindade aos 22, nunca tinha tido um sexo casual e nem imaginava que a intenção dele era aquela.
Saímos e ficamos, nada além de beijos, ele queria me levar embora, eu disse que pegaria um táxi, ele insistiu e disse que tinha que passar no mercado antes, pois iria viajar no dia seguinte e precisava comprar algumas coisas. Eu, idiota concordei. E depois do mercado ele disse que tinha que pegar algo em casa, que seria rápido, pediu que eu entrasse, pois era noite e não era seguro permanecer no carro , devido a onda de assaltos. Assim que eu entrei, ele trancou a porta do apartamento e me deu vinho para beber, eu peguei mas disse que não queria, ele me deu assim mesmo e disse que seria muito feio de minha parte negar. Eu bebi muito pouco, não tenho o hábito de beber e com isso fico atordoada logo.
Ele foi até a janela mostrou me uma parede cheia de buracos, disse que ali praticava tiros, mostrou -me então sua arma, que eu não sei dizer qual era, pois era a primeira vez na minha vida que tinha visto uma. Ele colocou a arma em cima de um criado mudo, começou a me beijar e eu o empurrei disse que tinha que ir embora e que não ia fazer nada com ele. Então ele me grudou pelo braços jogou me na cama , que ficava na sala e me disse que não me machucaria se eu fosse boazinha, ele me virou e fez sexo anal comigo, me deixou olhando pra arma...
Fiquei imóvel assim como na minha infância,não me lembro da dor, eu nunca tinha feito sexo anal antes, eu só me lembro de querer que tudo aquilo terminasse. Ele ainda me levou embora, eu fiquei por lá mais 20 dias e não tive mais contato com ele, não contei isso para ninguém, nem para minha terapeuta até abril de 2008.
Em 2008, eu estava nervosa, acima do normal, descontrolada e era óbvio que eu tinha uma razão. Participei de um retiro espiritual em fevereiro, conheci um moço muito bom, que quis me namorar, mesmo no retiro, lembro-me que me incomodava ficar perto dele, uma dia fomos escutar músicas no carro dele e eu não fechei a porta, por mais que ele tivesse pedido, eu tinha medo dele me tocar. Namoramos e eu não deixei ele me beijar ou me tocar, por medo, ele achava que era algum tipo de propósito e me respeitou.Não ficávamos sozinhos nunca e como ele era de outra cidade, víamos muito pouco. Eu tinha medo de ficar sozinha com meu pai, não fui ao meu médico ginecologista ou qualquer outro médico do sexo masculino.
Em abril eu e meu namorado, tivemos uma briga feia e eu fui chorar para um amigo de longa data. Ele veio até minha casa, como sempre vinha. Era umas 22h, estava chovendo e eu o convidei para entrar, ele queria ver meu álbum de formatura, estava em um escritório que é separado da minha casa, como uma edícula. Eu me lembro que estava usando uma calça jeans larga e uma blusa sem decotes. Então mostrei o álbum para este meu amigo, ficamos conversando sobre tudo, nunca tivemos nada, nem ele ou eu tínhamos demonstrado algo um pelo outro anteriormente.
Ele levantou-se de uma hora para outra (lembro-me que estávamos discutindo política), apagou a luz e me disse "a culpa é toda sua, quem mandou ser tão gostosa", me agarrou e me imobilizou( ele é policial, fez comigo como se faz a um bandido) tirou minha calça e me estuprou ali , na minha casa, eu não fiz nenhum barulho, tive me do de acordar meu pai e ele ter um ataque cardíaco, eu só pedia para ele parar , implorava e apesar de ser forte, eu não consegui me livrar eu sangrei muito , ele me machucou, por dentro e por fora. Ele terminou, saiu da minha casa e foi embora.
Eu fiquei perplexa parada sem ação, no outro dia ele me procurou me pedindo perdão, me disse que se eu o denunciasse ele perderia tudo, carreira, emprego( ele fazia direito na época). Eu disse que o perdoaria se ele nunca mais aparecesse na minha frente e se ele perdesse o contato com todos os meus amigos.
Depois disso fiquei doente, perdi 15 quilos (mas não fiquei magrinha, porque sempre fui gorda), tive uma crise depressiva, vomitava muito, não queria comer, tinha crises de dor de cabeça, não conseguia focar no trabalho, dava aulas em duas escolas, tive que deixar uma, porque não conseguia acordar cedo pois não conseguia dormir também. Beijei o meu namorado, tive relação com ele, mas aquilo me feriu mais ainda, eu tinha muito nojo quando o beijava, tinha medo quando ele me tocava. Tivemos relação 2 vezes em 6 meses de namoro, eu nem me lembro como foi, porque , como nos abusos, eu me ausentava naquele momento. Terminamos o pior namoro de minha vida, não por ele que tentou me ajudar, mas porque aquele namoro era o pós-estupro.
Enfim minha vida virou um inferno de novo, contei para minha psicóloga, que me tratava pelos abusos da infância, neste dia eu vi seus olhos encherem-se de lágrimas quando eu lhe perguntei qual era o meu problema, porque os homens têm que fazer isso comigo?
Eu sou gorda, estou 20 quilos acima de meu peso, faço isso porque quero, tenho medo de ficar "gostosa demais" e provocar um outro estupro. Minha vida amorosa é uma droga, apesar de gorda, sei que sou uma mulher bonita, consigo homens muito fácil, não me apaixono mais, não sei mais com quantos caras eu transei, muitas vezes eu transo e nem sequer os beijo na boca, transo e nem olho na cara deles, muitos deles eu não lembro o nome, também não faço questão de perguntar. Odeio minha vida, por dentro sou assim. Por fora sou uma pessoa extrovertida, alegre e quem sabe o que comigo ocorreu, acha que eu já superei. Bando de idiotas, como eu poderia superar algo tão horrível em tão pouco tempo, prefiro não falar, porque odeio e tenho nojo daqueles olhares de piedade, não quero que tenham pena de mim, não sou uma doente.
Desculpa-me pelo livro que escrevi, mas era necessário. Ler seus comentários em outros depoimentos me ajudou muito, espero que você também possa me ajudar e continuar avisando às mães imbecis que elas precisam cuidar de perto de suas filhas. Um abraço
Por favor, mantenha minha identidade preservada. Obrigada.
Minha cara e querida cara;
Desde que montei este blog, me assusto constantemente quando vejo que de 15 a 20 pessoas, em média mensal, chegam aqui buscando por “fui estuprada” no Google. Tem as variantes também: “abusada pelo pai”, “estuprada pelo irmão”, “meu avô me estuprou”... E pensar que tem gente que ainda desdenha desse tipo de violência, amenizando o impacto ou aliviando a culpa do agressor. Bando de idiotas imbecis do caralho!
E cada relato que é enviado para cá, me causa sempre o mesmo sintoma: reluto em ler logo de cara, leio trechos espaçados, fecho a mensagem para tentar reler dias depois. Faz um mês que me mandou seu e-mail e só agora estou conseguindo, de fato, escrever algo... Portanto: desculpe-me pela demora.
Que foda esse lance da sua babá, hein? Isso mostra mesmo que todo cuidado nunca é o bastante quando se coloca outras pessoas perto do seu filho, sua filha. Apesar de nova demais, você ainda lembra de detalhes acontecidos nessa época e que, inevitavelmente, voltam com outro peso com o passar dos anos, né? Esse estímulo precoce e invasivo à sexualidade, atrelado à agressão que sofria e ao sentimento de revolta por não se sentir amparada pela mãe. Só espero que tenha superado isso e que não faça relação entre esse período da sua vida e os demais traumas sofridos ao longo da vida... porque não há!
O que seu tio fez a você, por exemplo, não tem relação com o que você via quando criança. Foi uma infeliz coincidência. E o monstro foi ele e, novamente, o desleixo de sua mãe em não acreditar em você. Acho que é o que mais causa revolta depois do ato do filho da puta: ver que sua mãe não acreditou em você. O que custaria a ela levar a sério o que você disse? Custaria ter de agir, de se levantar contra pessoas próximas e “queridas”...
É o medo de acreditar na crueldade do ser humano e fingir que não existe parece ajudar a “esquecer” a sujeira embaixo do próprio tapete.
Me desculpe se falo com essa raiva da sua mãe, mas ela foi muito omissa, caralho! Como ignorar uma filha de 12 anos falando que o tio pegou em seus seios? Ainda mais quando essa mesma filha, anos antes, revelou que a babá transava com o namorado em sua frente. O mesmo se aplica ao boçal que te molestou no galinheiro. Como uma mãe escuta isso e ainda faz gracejo?
Por mais que a filha tenha um comportamento mais “atirado”, digamos assim, qualquer mãe tem a obrigação de ouvir e checar o que a filha está dizendo. Mesmo que seja mentira da menina: se for, que ela a puna por mentir sobre algo tão sério. E se não for mentira (na maioria das vezes não é), que a proteja e mande o crápula pro inferno com o pau costurado no próprio cu.
Mas é meio inevitável relacionar seus relacionamentos conturbados e os estupros a esses períodos na infância, não? Deve ter sentido culpa, que causou os estupros por ter sido vítima do que foi quando criança e adolescente. Novamente: não tem, viu? Não pense que se colocou nessas situações, que teve culpa do que te aconteceu ou que deu sinais para que isso acontecesse...
É natural que pense que os homens se aproximem de você apenas pelo sexo. E a maioria, de fato, o faz. Faz com você, com sua vizinha, com sua amiga... E é até normal, já que mulher também quer homem para sexo, sente vontade, tesão e precisa trepar. O que atrapalha é como tudo isso se desenrola. Pra você, por seu histórico, perde-se o fator humano visceral que precisa do sexo e fica-se apenas o fator emocional dos traumas.
Hoje, entrando nos 30, suas dúvidas são basicamente as mesmas de uma mulher da mesma idade e que não vivenciou essas violências, mas sobreviveu a namoros errados, a paixões equivocadas, a amores inexistentes e inseguranças cada vez mais reais e presentes. Claro que o que você viveu pesa, mas precisa aceitar que outras dúvidas que tem em relação ao sexo oposto é normal, independente do que sofreu. Tenho amigas que saíram com mais de uma centena de homens e são tão encanadas quanto você nesse quesito. Quantidade nunca é garantia de conhecimento.
Mesmo perdendo a virgindade aos 22 anos não é um fator predominante para sua falta de malícia para enxergar as intenções daqueles que se aproximam de você. Entendo que adiou a perda por causa de bloqueios emocionais, provavelmente, mas conheço mulheres que optaram por perder a virgindade mais tarde simplesmente porque não se sentiam à vontade. Também relaxe quanto a essa encanação.
O loiro lindo da praia se mostrou um monstro horrível, hein? Foi seduzida (o que é normal dentro de uma conquista), se deixou cair no momento e ele mostrou as garras. Quem está errado? Você, por tentar viver uma aventura e se permitir ousar? Ou ele, por abusar dessa inocência natural e frágil e te forçar através de intimidação? A pergunta é retórica.
O mesmo foi com seu amigo: ele se aproveitou da sua fragilidade emocional e agiu de forma monstruosa. Você mesma disse que estava normal, sem provocação ou insinuação. O que ele disse pra justificar é o mesmo que muitos usam: “quem mandou provocar? Quem mandou ser gostosa?”. Nojento, né? Patético o homem que usa isso. Nunca terão, de fato, uma mulher.
Esse tipo de homem é daquele que se borra de medo ao ser ameaçado por outro. Se for provocado em um bar, sai correndo chorando. Mas precisa auto-afirmar a masculinidade e usa mulheres pra isso. Ao agredir, se sente superior e compensa a falta de hombridade. E quando a casa ameaça cair, o que fazem? O que seu “amigo” fez: volta chorando, implorando perdão, se justificando em desculpas esfarrapadas, com medo das conseqüências. Claro: se um “machão” desse é preso por estupro, a galera da cadeia faz a festa. E aí ele não será mais tão machão, entende?
Esses casos todos te deixaram mais fragilizada e ainda mais descrente do ser masculino. Tanto é que tem até medo de qualquer presença masculina em sua vida. Isso também é natural... mas há exceções. Você está contando seu relato justamente para um homem. É sinal de que nem todos são iguais, certo?
Estamos em uma época onde é menos vergonhoso a mulher se ver vítima de uma violência física-sexual. Antes era motivo para se calar, mas hoje é uma razão para se fortalecer e cobrar o respeito merecido. Você chegou até aqui por ver que muitas passam pelo mesmo que você passou, sentem e sofrem o mesmo. E deve ter visto aqui, também, que passam a tratar o sexo como um negócio secundário, que prefere usar antes de ser usada. Tanto é que nem beijar você sente vontade na hora da transa.
Todos devemos nos odiar pelas coisas que fizemos ou deixamos de fazer ao longo da vida, mas sempre com uma dose controlada. Sinta raiva e use isso a seu favor. Sinta nojo, odeie ter se calado, revolte-se contra a omissão da sua mãe, deixe isso queimar numa madrugada em que acordou de um sonho alucinante. Mas controle isso, seja dona dessa raiva. Use isso para criar uma casca e não para secar a fonte que tem dentro de você. Use como chama que aquece a vontade de viver e não como fogo que consome o que restou dessa vontade.
Eu mesmo uso isso quase todo dia: me revolto comigo mesmo, me culpo por 90% do que me acontece, fico sem ter contato com gente por dias inteiros... mas depois eu volto, ciente de onde devo agir e o que devo analisar. Mantenha seu sensor de perigo ligado, mas ative outro senso: o do discernimento e da preservação.
Superar o que você passou não quer dizer que tenha de esquecer. Superar é você saber que isso te aconteceu e moldou muita coisa do seu caráter, mas não te fez o que você é. Seria pouco demais definir sua vida toda por conta disso. Você quer mesmo ser vista como “aquela que foi estuprada”? Não! Então pare de se ver assim, porra!
Você sente raiva dos que te olham com piedade porque você se olha assim e odeia a visão de si projetada no olhar alheio.
Pare de sentir pena de você pelo que aconteceu. Sinta raiva, revolta, nojo... Se imagine cortando o pau de cada um deles e enfiando nos respectivos cus. Sinta o prazer de desejar a morte deles com requintes de crueldade. Isso é saudável, eu faço toda vez que leio algum relato como o seu ou uma notícia parecida. Tenho guardado um quartinho no meu inconsciente só pra esse tipo de matança.
Está na hora de engolir o choro e sair por aí chutando alguns sacos...
Veja o resto do mundo como incapazes de passar pelo que você passou. Que muitos se matariam caso tivesse sofrido metade do que sofreu. Sinta-se superior por saber que, mesmo com esses traumas, você está seguindo a vida, tentando soluções para aplacar um pouco sua dor. Há quem se afogue em bebida, drogas ou remédios para passar pela vida de forma inerte e não-consciente. Você está fazendo isso de cara limpa, sem usar muletas que mascaram a realidade e a tornam mais fácil de aceitar. Isso o que você está fazendo, pra mim, é um ato de coragem foda pra caralho!
Se você não se enxerga assim, como o mundo poderá enxergar?
E se eu enxerguei, por que você não pode, porra?